quinta-feira, 25 de junho de 2009

Michael Jackson


Sob as luzes da fama Michael Jackson cresceu roubado de sua infância e adolescência para se tornar o Rei do Pop. Sua influência artística é inegável e presente até hoje. Seu talento como homem de negócios foi notório como, por exemplo, quando adquiriu grande parte dos direitos sobre canções dos Beatles. Ele reescreveu a história dos videoclipes com sucessos como "Thriller" e "Black or White" e o famoso passo de dança moonwalk. Inovou com projetos como "We are the World" que buscava usar a popularidade de artístas para atrair a atenção do mundo para problemas humanitários e pessoas marginalizadas pela sociedade.

Infelizmente a partir da década de 1990 a imagem de Michael Jackson foi manchada por acusações nunca provadas e escândalos explorados pelo lado negro e sujo da imprensa. Foi vítima da super exposição das celebridades e da ganância da mídia em lucrar com notícias fáceis, superficiais e sensacionalistas, prática que se acelerou com o tempo e que continua mais forte atualmente destruíndo vidas de pessoas como Britney Spears e Amy Winehouse.

Mas é impossível apagar ou sequer ofuscar a grandeza da obra do artísta que mudou para sempre a música pop. Michael Jackson faleu dia 25 de junho de 2009 aos 50 anos, mas a genialidade e influência de sua carreira continuarão relevantes, atuais e incomparáveis.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Realidade fabricada






Em 1999 quando estreou a febre mundial de reality shows, todos ficamos fascinados com a novidade que revolucionou a televisão mundial. De repente, ver outras pessoas fazendo as mesmas coisas que nós fazemos em nossas casas se tornou uma forma popular de entretenimento, e o programa preferido do jantar em família passou a ser assistir desconhecidos jantando trancafiados em uma casa melhor que a nossa. Mas o que falhamos em perceber foi como essa onda de realidades fabricadas televisionadas se tornaria grosseira, opressiva e manipuladora.

Duas das maiores redes de TV do país lançaram recentemente dois novos programas do estilo "assista durante 12 semanas ininterruptas ou você não entenderá a trama e será excluído das rodinhas de conversas de amigos e colegas de trabalho". Nenhuma novidade nisso, pois quando um programa acaba outro já é logo emendado para que você telespectador continue acorrentado à sua TV. Lembro durante o carnaval desse ano quando estava na casa de um amigo jantando, conversando e curtindo o feriado, que as cerca de 15 pessoas lá presentes viraram perfeitos zumbis grudados na telinha da televisão quando o BBB (big brother brasil) foi ao ar. O clima de diversão, conversas, comilanças sumiu e deu lugar a discussões sobre quem era a vilã do programa e quem merecia vencer. Como não acompanhava essa novela do século XXI pude perceber como eram patéticas aquelas pessoas que deixavam de lado suas próprias vidas e interações reais para discutir e decorar os acontecimentos forjados pela TV. Não quero dizer com isso que eu seja imune à essa manipulação da mídia, apenas que aquele momento em que eu não era um membro do gado arrebanhado pelo BBB me serviu para perceber o quão absurda se tornou a situação.


Embora no Brasil as TVs abertas ainda dominem o mercado, o problema dos reality's é imensamente maior na tv a cabo. Nela você pode encontrar as tendências que logo serão adotadas por todos os canais, com temas tão variados quanto esdrúxulos. Solteiros desesperados atrás de amor, noivas neuróticas e casais prontos para o divórcio. Cabelereiros pretensiosos, estilistas deslumbrados e riquinhas mimadas e inúteis. Cantores desafinados, dançarinos descoordenados e talentosos sem talento. Gordos que querem ser magros, magros anoréxicos à beira da morte e pessoas sem auto-estima que pagam qualquer preço para mudar sua aparência. Caminhoneiros do gelo, construtores de túneis e domadoras de adolescentes. Será que existe um limite para a estupidez dos assuntos que podem ser transformados em programas de TV?

É engraçado lembrar como achamos ridídulo que a população da Roma antiga possa ter sido manipulada com a política do "pão e circo", quando a única diferença para os dias atuais é que o circo invadiu nossas casas, tomou nosso tempo livre, e nos deixou sem tempo para vivermos nossas vidas. Mas isso não parece ser problema, desde que vigiemos a de outras pessoas através da realidade fabricada pela mídia. Quem precisa criar os próprios filhos quando se pode assistir a uma babá adestrando os monstrinhos alheios? Para que se aperfeiçoar e subir na carreira quando é mais divertido rir enquanto vemos alguém ser demitido de mentirinha? Qual a vantagem de se estressar com os desvios de dinheiro do governo quando é mais prazeroso nos ocuparmos com a última fofoca direto do edredon da casa mais vigiada do país?

Será que perceberemos quando chegarmos ao fundo do poço? Será que já chegamos? Talvez o fundo do poço seja quando os reality's refletirem a nossa verdadeira realidade. Serão programas sobre pessoas sem vontade própria nem ânimo, cuja existência se resume à escravidão do trabalho e da TV, que vivem em função das realidades fabricadas pela tela brilhante que domina suas salas, suas mentes e suas vidas. Afinal de contas, é mais fácil ser manipulado na segurança de nosso lar do que sair para o mundo e gozar das alegrias e sofrer os dessabores que ele tem a nos oferecer. Mas chega de escrever esse texto tão negativo. Pensar sobre o assunto já cansou minha cabeça acostumada a ser entretida. E, como American Idol já acabou este ano, vou para frente da TV descobrir quem será o Survivor da China.