segunda-feira, 6 de abril de 2009

Hora do Planeta (Earth Hour)


A Hora do Planeta (www.earthhour.org), que teve sua terceira edição em 28 de março de 2009, mobilizou governos, empresas e população tornando-se um sucesso mundial. Durante uma hora, a iluminação de monumentos, residências e todo tipo de coisas que brilham artificalmente durante a noite foi apagada para ajudar a conscientizar a humanidade sobre o aquecimento global e as mudanças climáticas.

Como bom ecologista de sofá que sou (eu reciclo, troco lâmpadas, economizo energia elétrica, mas não me peça para trocar meu carro pelo transporte coletivo ineficiente e lotado) resolvi participar! Apaguei as luzes, desliguei o computador, até diminui o termostato da geladeira e fui ao supermercado exatamente as 20:30 (ou vocês acham que eu iria ficar em casa dormindo?). Chegando lá, qual não foi minha surpresa ao ver que eles haviam diminuido a iluminação de toda a loja. Obviamente não deixaram passar a oportunidade de se promoverem e anunciavam constantemente pelo sistema de som que estavam participando da Hora do Planeta.

Apesar disso, e de ter me sentido em perigo de ser assaltado por alguns clientes estranhos que perambulavam na penumbra dos corredores, achei a iniciativa bem interessante. Mas o engraçado é que o mesmo supermercado que pretendia passar uma imagem de consciênccia ambiental tem uma TV LCD em cada caixa e várias espalhadas pela loja que servem para passar programação inútil que nem sequer cumpre seu papel de distrair os consumidores irritados com a espera. Além disso, usam prateleiras refrigeradas sem portas e freezers abertos que além de conservar os alimentos servem para gerar um clima de círculo polar (talvez em homenagem aos ursos polares em perigo de extinção) incomodando os clientes e desperdiçando energia elétrica.

A conclusão que eu tiro é que para o tal supermercado, e provavelmente para a maioria da população, empresas e governos que participaram do movimento, conscientização não é sinônimo de ação e o aquecimento global vai continuar a aumentar a frequencia dos desastres naturais, o volume de degelo polar e de geleiras, e por fim irá inundar várias cidades costeiras bastante conscientes mas inertes frente à sua ameaça. Talvez no fim das contas sejamos todos apenas ecologistas de sofá.

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